Se pararmos para olhar as pessoas em lugares públicos, nos assustamos com o número de celulares que vemos. Tornou-se quase um imperativo que as pessoas tenham celular, e quem não tem é quase que um excluído da sociedade tecnológica. Pior é o uso que se faz deles. Pessoas colocam seus fones para escutar músicas, ou ficam vidradas nas telas, naquilo que veem nelas, como se estivessem diante de um verdadeiro objeto de devoção. Porém, muitas vezes, esquecem-se de ver o que está acontecendo no mundo real à sua volta.
A verdade é que instrumentos como o celular cada vez mais auxiliam no processo de alienação, já descrito por Marx e pelos frankfurtianos. As pessoas se afundam em dívidas para comprar qualquer objeto tecnológico, pelo mero prazer de dizer que têm. Pior, o uso de tais instrumentos acaba fazendo com que as mesmas se desumanizem. Pessoas tornam-se escravas das máquinas, desta tecnologia barata, e consomem sem a menor reflexão. O importante é comprar e usar, mesmo que não seja para nada de útil. O celular torna-se um símbolo da massificação, na qual pessoas de todas as idades hoje usam-no de alguma forma, e o pior, usam-no para esquecer do mundo que está à sua volta. Poucas pessoas usam esse tipo de tecnologia de uma forma realmente útil. Tornou-se mais um elemento de distração, e assim, de alienação. Colocamos nossos fones de ouvido, e esquecemos o resto do mundo à nossa volta. Acessamos a internet na sala de aula ou em palestras pouco interessantes, e acreditamos que estamos em situação de vantagem obtendo grandes informações que são colocadas na rede mundial. Enfim, acreditamos estar usando o celular, e no entanto, nós é que nos tornamos verdadeiros escravos das suas possibilidades, a tal ponto que não o deixamos mais. Tal fator, é assustador, pois nos faz esquecer valores, entre eles principalmente o valor do respeito, pois nos esquecemos de respeitar as pessoas próximas, pois os nossos gostos pessoais que podem ser desfrutados em qualquer lugar pelo uso do celular são mais importantes. Haja vista quantas pessoas usam meios de transporte coletivo e escutam músicas em volume alto, sem respeito por ninguém, como se o gosto de um fosse realmente um gosto comum, algo para o bem comum.
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